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A escolha profissional deve estar relacionada com a realização pessoal, a felicidade e a alegria de viver

A escolha profissional deve estar relacionada com a realização pessoal, a felicidade e a alegria de viver

A escolha profissional deve estar relacionada com a realização pessoal, a felicidade e a alegria de viver

O trabalho ocupa parte relevante na vida das pessoas e muitas vezes ele não é escolhido, por este motivo considero a importância dessa discussão. Tenho visto pessoas “enjauladas” profissionalmente em função de uma realidade socioeconômica limitada, o que faz com que o sujeito inicie uma vida profissional antes mesmo de entender o que realmente sabe/gosta de fazer de maneira produtiva e possivelmente rentável.

É comum o jovem adulto que precisa assumir por conta própria suas despesas, buscar emprego em atividades sem exigência de experiência ou conhecimento técnico (Ex: Operador de Telemarketing, Vendedor de Loja, Recepcionista, Auxiliar Administrativo e etc), assim, o profissional inicia uma formação técnica prática antes de uma formação teórica acadêmica. Somente após sentir a necessidade de um complemento teórico, ingressa em uma universidade, para a partir daí conseguir o certificado de nível superior e uma possível promoção de função ou de salário.

O que ocorre é nem sempre esse fluxo é o idealizado pelo sujeito, entendendo que não houve tempo de amadurecer o autoconhecimento e compreender o que realmente gosta/sabe fazer. Para tal, é possível que este profissional se depare em algum momento com uma crise na carreira e sinta a necessidade de fazer uma transição ou no pior dos casos, se convença que não pode fazer nada por si mesmo e permaneça investindo seu tempo e saúde em uma atividade profissional até a sua aposentadoria, acreditando que não é possível conciliar felicidade e trabalho.

É através do trabalho que o homem realiza seu papel social e atua na sociedade construindo história.Uma pessoa que exerce sua profissão com motivação não está só se realizando, como também prestando um serviço de melhor qualidade à sociedade.

Me preocupa saber que consumimos diariamente, produtos ou serviços, que são produzidos ou oferecidos por profissionais que podiam/queriam estar em outro lugar e o quanto isso, obviamente, compromete o resultado do trabalho. Bem como compromete em cadeia o que é consumido e assim por diante. Na cabeça me vem questões como: Será que o engenheiro que projetou o meu tão sonhado apartamento, adquirido com tanto esforço, não queria estar ali? Será que o chefe da cozinha do restaurante que frequento, não queria estar ali? Será que a obstetra que fez o parto do meu filho, não queria estar ali?

Será, será, será?? Então será que tudo poderia ter outros sabores, aromas e cores se as pessoas fizessem suas escolhas com consciência de suas razões?? Será que poderíamos conhecer de fato outras possibilidades de atuação com profissionais mais eficientes, mais saudáveis, mais felizes e consequentemente mais produtivos?

Me parece que operíodo de escolha profissional iniciado na adolescência – período de busca de si mesmo – é muito prematuro. Lembro-me da época da minha escolha, tinha apenas 16 e a certeza completamente incerta de que seria Psicologia o que faria para sobreviver por toda vida. Com essa escolha, fiz três inscrições em vestibulares de faculdades diferentes e fui aprovada em um. Iniciei o curso sem noção das possibilidades, das obrigações e até mesmo da atuação. Certamente aquilo era único e exclusivamente para mim, não podia ter cunho social, uma vez que eu não sabia como poderia contribuir com o mundo ao redor. Penso que muitos adolescentes fazem o mesmo quando escolhem e ingressam no ensino superior, conseguem justificar para a sociedade que naquela idade não são um “Nem-Nem” (nem estudam e nem trabalham), que segundo a reportagem da Revista Veja, de 22 de julho de 2017, no Brasil, essa população já soma 6,6 milhões de jovens.

Em muitas situações, a escolha é feita com base nas afinidades com as matérias escolares, sem muita consciência de que precisaria minimamente ir além disso. Ressalvo a importância do autoconhecimento, de onde vim, para onde quero ir, até que ponto estou sofrendo influência da família, da escola, dos colegas e dos eventos marcantes da vida. O que me faz entender que são decisões pouco assertivas, uma vez que toma por base um horizonte limitadíssimo, sem opções, resumido a 11 ou 12 matérias de conhecimento específico, ministradas por um docente limitado temporal e espacialmente.

Confundindo o que sei fazer com o que posso fazer, reconhecendo as limitações de conhecimento de um jovem entre 16 ou 17 anos de idade. Isso é muito pouco, se pensarmos na infinidade de opções que esse mundão pode oferecer. Objetivamente a escolha é feita com base nas opções ofertadas em cada cidade, município ou federação – para os mais ousados.

O momento da escolha é uma carta enviada ao futuro para quem escolhe,que só será entregue nos momentos mais felizes ou mais tristes, para reafirmar ou para confundir. E possivelmente na confusão, instaura-se a crise de carreira que exige uma transição urgente, muitas vezes penosa, sem planejamento financeiro, com ânsia de curar a saúde debilitada de um trabalhador sem motivos para acordar diariamente e ver o seu produto aplicado à sociedade em que vive.

Obviamente e de modo já redundante, a profissional escolha deve estar relacionada com a realização pessoal, a felicidade e a alegria de viver. Cabe aos profissionais de educação, de saúde (nós “psicos”), líderes de organizações e claramente aos familiares, o estímulo à essa consigna.

Autor: ROSANA MELLO - Psicóloga Sistêmica Organizacional, Especialista em Liderança Estratégica. Possui 10 anos de experiência na área de Recursos Humanos, Departamento Pessoal, Saúde e Segurança do Trabalhador. Atua com: Orientação e Reorientação Profissional; Assessoria de recolocação - Job Hunter (Caça Vagas); Professora de Pós-Graduação; Palestrante Autônoma; Psicoterapeuta de Casais, Família, Adolescente e Criança.